terça-feira, 17 de novembro de 2009

Boa Noite!!!

Fogo e Mel



Minha mãe já havia me chamado, mas eu ainda não estava pronta, Rosália tinha ido buscar a tintura dos lábios.Olhando no espelho toda enfeitada, com minhas jóias, com a minha roupa tão colorida, eu tinha de admtir o quão bela era, não a mais bela, mas a textura e a cor da minha pele era tão sadia, tão bonita, meus olhos apesar de castanho eram tão grandes e profundos, e as linhas perfeitas do meu corpo, cintura fina, quadril avantajado, seios fartos, não era a toa que tantos homens caíssem de joelhos por mim.Mas meu coração só pertencia a um, só um desses homens, futuro líder do acampamento e meu futuro marido, viril e autêntico. Muitos o temiam, mas eu não, ele sempre caia ao meus pés também, e por mais que eu demonstrasse força sobre quais quer que fossem suas atitudes, internamente no meu amâgo, eu também caia aos dele. Estávamos prometidos há tanto tempo, dali uma semana seria nosso casamento e aquela seria a última noite que eu dançaria para que a praça toda olhasse e aplaudisse, mas mesmo assim dançaria para ele. Para que ele nunca duvidasse de que eu era á única cigana de nosso povo, e a única mulher do mundo certa para ele. Rosália havia entrado na barraca e me fitou com os olhos vidrados, eu conhecia aquela expressão, e um arrepio forte passou por todo meu corpo. E levantei e segurei firme nos ombros dela, perguntando o que ela via.E ele começo a chorar copiosamente, sussurando que tudo acabaria mal, por causa da minha ambição, luxúria, viadade e por causa da crueladade do meu pretendente. A soltei e dei uma bofetada em seu rosto, para que ela nunca mais se atrevesse á atribuir a mim aqueles tipos de defeitos. Ela saiu da barraca chocada dizendo que meu destino a partir daquele momento seria marcado com a dor e a morte, que eu nunca seria feliz e que ele me trairia diversas vezes com aquela para com a qual eu teria mais amor, consumando assim o maior pecado não só para os brancos, mas para nosso povo também. Quando ela se se foi , me virei, e fitei novamante meu rosto no espelho, e ele era incredúlo cheio de repugnância.Rosália não me afetará nem um pouco, sabia dos truques dela, e que a maioria deles era só para destilar sua inveja.Afinal eu teria tudo que ela sempre sonhou, e foi com este pensamento que meu rosto se iluminou com um sorriso, determinada a dar o melhor de mim naquela noite, sai extasiada da barraca. O ambiente todo estava fervendo, em apalusos e vivas, os violinos já estavam postos, olhei para todos aqueles patifes bêbados, que tanto me desejavam e gargalhei, nunca me teriam.Ele tocou meus ombros, e beijo de leve meus lábios, sentou próximo a fogueira, pegou seu fumo e olhou fundo em meus olhos apesar de toda sua soberania e poder e não podia negar requintes de crueldade, eu conseguia ver o brilho da paixão e a ternura do amor em seus olhos negros como a mais escura das noites.E era aquilo que me fazia o querer tanto e mesmo que secretamente cair de joelho aos seus pés também. Inspirada, começei a rodopiar em volta da fogueira,rebolando, movendo as mãos me insinuando, podia ver todos gritarem, podia sentir o fogo crescer dentro de mim á medida que os violinos aumentavam o ritmo.Eu fervia e transmitia tudo aquilo na minha dança, em determinados momentos parava para sentir o doce sabor do vinho.E quando voltava, voltava com a dança ainda mais feroz. Foi quando meus olhos cruzaram os dele, dançei em sua direção, me insinuando novamente só que dessa vez só para ele, o mundo era ele, tudo era ele.Ele agarrou com força meus braços, que ainda se moviam depois, fez questão de travar suas mão em minha cintura que ainda se rebatia, ele era grande demais, não me restava mais nada, seus lábios eram ferozes urgentes, seu corpo estava tão quente, ele era o caçador que abatia sua presa.Como um dia pude pensar que ele se ajoelhava aos meus pés.Era eu escrava dele, sua serva mais leal, e que mais o amava. Ele me pegou em seu colo ainda com muita força.Me levou para longe, eu não tinha força para pensar onde estávamos indo, vi a fogueira,a praça e o castelo se destanciando, e as estrelas brilhando faiscantes no céu. Fechei meus olhos, quando abri, via os tecidos coloridos que pendiam sobre oteto da barraca, meu sangue não esfriará nem um pouco continuava fervendo, e ele como o mais macho de todos os homens me fazia sua mulher. E eu com a intensidade daquele momento fechei meus olhos novamemente.Nenhuma predição atrapalharia aquele momento, independentemente do que o futuro nos trouxesse, erámos o seres mais felizes do mundo. Quando acordei , pude ver os primeiros raios de Sol entrando pele porta da barraca, me cobri e sai dela. O céu tinha a mais bela de toda as suas faces, tons de laranja, e rosa se mesclavam com o suave azul. Vi ele sentado sobre uma pedra, ainda sem camisa, sua pele mesmo morena transluzia sob o Sol, ainda me transmitindo calor, era lindo o cenário.Me coloquei em sua frente ele levantou seus olhos, me ofereceu seu sorriso, em seguida seus lábios, que já não eram mais ferozes, mas sim suaves, doces como o mel mais puro que as abelhas eram capazes de produzir.Era aquele beijo, que me fazia com que eu reconhece mesmo depois de tanto tempo, que era ele, e o que ele significava para mim. Eu me acomodei em seu colo, e pude sentir ao invés do calor excessivo da paixão, a brisa leve e morna do amor, sabendo que aquele era o sentimento que me faria eternamente dele e de mais ninguém.

By:Mah

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